terça-feira, 28 de agosto de 2007

Tenho umas dúvidas sobre o milho trangénico...

Alguém me explica qual é a diferença entre a plantação de milho trangénico no Algarve, destruída pelo grupo "Whatever" eufémia, e o milho que preenche as caixas de cereais de pequeno almoço que comemos todos os dias? Os ambientalistas do mundo inteiro ainda não descobriram onde é que os malandros da Kellogg's têm plantações de milho, ou então esse é um assunto de pouco consenso. Senão, vejamos: o milho do mundo chega para a quantidade de jovens da geração Kellogg's? Ou é apenas mais uma daquelas invenções que nos leva a "bater" no iluminado americano, que, como não tinha grande actividade sexual, compactou os nutrientes do pequeno almoço em pedacinhos tostados que se juntam ao leite? Será que os não sei quantos tipos que participaram no protesto comeram cereais ao pequeno almoço do tal dia D, ou isto é uma coisa que só os incomoda no terreno de um pequeno agricultor português e os malandros da Kellogg's podem ter plantações trangénicas por esse mundo fora?
Não tenho nada contra os não consumidores de milho trangénico, mas será que comem outras coisas trangénicas ou é uma embirração especial com a espiga que resiste a tudo e a todos?
Ainda sobre isto, os vegetarianos, que aparentemente não comem nada que envolva animais endiabrados (os patos, as galinhas, as vacas, os porcos, os peixes de todos os formatos e feitios e seus derivados, animais ainda mais estranhos, etc.), comem ou não milho e soja trangénica? E os vegetais, fungos (cogumelos de todo o tipo) e frutos plantados em estufas, com coberturas de plástico que baralham a paisagem e que destroem campos por essa Europa fora, estão ou não neste baralho de coisas que não se devem comer?
As teorias do mundo melhor, que naturalmente servem de argumento para poupar os animais, também servem para as imensas plantações de soja que destroem a floresta amazónica, ou são apenas para consolar meninos e meninas suburbanos que gostam de pensar verde? E a agricultura biológica em zonas cujo solo está infestado com metais pesados (que são extensas áreas de cultivo pelo mundo fora) em que categoria é que se encaixa?
São dúvidas razoáveis, com as quais podemos viver, infelizmente uns podem viver melhor com isto que outros, mas como não gosto de criticar sem construir, cá vai:
Pam, Pam, Pam, Pam... (PAUSA CÉNICA PARA O MOMENTO CONSTRUTIVO)
A MINHA SUGESTÃO AMBIENTALISTA:
E se em vez de destruir milho trangénico, a tal associação "Whatever" eufémia resolvesse, em forma de protesto, plantar sobreiros numa das áreas de melhor cortiça do mundo, precisamente no Algarve que tristemente ardeu no verão passado (e era ali tão perto...). Não seria esta uma acção mais ecológica, menos destrutiva, e um protesto igualmente agressivo para os proprietários dos terrenos, que, por força das circunstâncias, andam a tentar transformá-los em condomínios turísticos de luxo?
Bom, pelo menos aconteceu algo inédito com tudo isto, mais de metade do país ficou a saber que existe a palavra trangénico no dicionário português. Para a próxima deviam tentar algo com alimentos com substâncias"Geneticamente Modificadas", isto poderia tornar o diálogo mais abrangente...
Um abraço felino

Zorbas
(o gato que come comida enlatada que não sabe de onde vem...)

3 comentários:

PAM disse...

Bem, tanto chamaste, que tive de vir falar. :)

Quanto ao milho trangénico, é como as pessoas "trangénicas" andam por aí sem te aperceberes e quando menos esperas, "he lá!", surpresa surpresa.

a kellogs tem plantações numa zona tipo "area 51" onde nem a nasa ousa meter os cotos, por isso é melhor não perguntares muito sobre isso para evitares chatices LOL.

agora, se comemos coisas plásticas para preservar o que é natural (animaizinhos e plantinhas), será que deixamos nós de ser naturais?
então, e se somos o que comemos, como muita gente diz, o que passamos a ser? artificiais? plásticos?
Se passamos a ser plásticos e não naturais, farão sentido os enterros? ou passarão (big bird em inglês) a ser considerados poluição? afinal de contas, o plástico não deve ser deitado fora do embalão certo? em vez de enterros passaremos a ter reciclagens.

cenario bonito não é?

ah. quanto à tua dúvida sobre "a agricultura biológica em zonas cujo solo está infestado com metais pesados", é chamada de agricultura BIO METAL! (como em heavy metal, ou death metal) :)

a questão sobre as plantações e os gastos em publicidade e não em reflorestação tem que ver com exposição, meu amigo que causa alergias. falam mais de ti pela participação em protestos, etc. do que se fores o "gajo" que meteu umas sementes "ali". Entende por "ali" o sítio onde provavelmente um amigo teu, dono de uma madeireira, empresa de carvão, de aviões anti fogos ou mesmo construtor civil, mandou largar uns fósforos...

é assim.

TEATCHA disse...

Vamos criar uma nova geração de miudas trangénicas. Depois já lhes podemos chamar boas como o milho sem grandes embaraços.

Zorbas disse...

A propósito de BIO METAL, acho que se continuarmos a enterrar lixo por esse mundo fora, vamos passar a ter o BIO DEATH METAL (que é uma variante de algo que já exite em Chernobyl...).
Um abraço felino,
Zorbas