sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Lamento a minha teimosia, eu gostava de abandonar este assunto, mas...

Sem querer atacar nem defender ninguém, e a propósito de manipulação da imprensa, esta não funciona só aqui onde vivemos, porque as fontes de informação estão na internet, e eu comecei por ler os jornais da Venezuela quando esta bizarria aconteceu... A minha primeira curiosidade foi: como é que os jornais públicos locais noticiavam o facto de um rei ter mandado calar o presidente do país. Bom, vale a pena ler. Essa não é a minha preocupação maior, o Sr. presidente até podia ter mandado o rei à merda, e eu estaria a borrifar-me para o assunto, mas a situação política da Venezuela, como de outros países, intriga-me e, sobretudo, assusta-me.
O que acham que será o futuro da Venezuela? O facto de Hugo Chavéz ser um presidente eleito, fazer referendos sobre tudo e mais qualquer coisinha, dá-lhe o direito de querer ser presidente vitalício? Isto não é estar agarrado ao poder? E a vontade popular depois disso vai para onde exactamente?
Na verdade, Jose Maria Aznar foi um tipo agarrado ao poder, basta ver como deixou o governo espanhol e como manipulou factos para garantir uma vitória eleitoral, mas felizmente a Europa vai tem mecanismos de alternância política, seja isso bom ou mau, que não permitem a eterna presunção de poder de alguns políticos. O facto de isso não acontecer em muitos sítios (basta ver a Madeira, que não sabemos até quando durará como feudo) torna a governação perigosa, corrupta e, principalmente, instalada sabe-se lá por quanto tempo. Por isso, confesso que a minha visão de tudo isto é cívica e não política, um tipo como o Hugo Chavéz, por melhor que hoje me possa parecer, amanhã ou daqui a vinte anos terá feito da Venezuela o seu feudo. Isto é o que me incomoda, e não precisamos de pintar a ouro alguém, que, sabe-se lá quando, pode vir a fazer maravilhas daquele país, mas por agora, e infelizmente, ainda se vive na miséria e isso não se cura com feudos, pelo contrário, agrava-se.
um abraço felino,
L.

ps1: não voltarei a falar disto, a não ser em circusntâncias onde possamos estar juntos, porque parece que estou a mandar recados, e esta é uma forma muito pouco estimulante para conversar...
ps2: obrigada André por me esclareceres em relação ao acento no nome do Senhor Presidente...

3 comentários:

Rita disse...

não posso dizer nada de jeito porque não me informei. de qualquer forma, o que se passa do lado de lá do atlântico, não só na Venezuela, parece-me menos pasmaceira do que se passa do lado de cá (claro que do meu cantinho em lisboa, abrigada da chuva e sujeita a uma política mais ou menos, isto para mim é muito mais simples do que para los venezuelanos). ou seja, lá os políticos fazem coisas e sujeitam-se a críticas; aqui fazem o menos possível e a malta responde com um "são todos iguais". portanto, auguro algo positivo (nem que seja provocar reacções) no meio de tanta mierda.
ps: obrigada por provocares e muitos beijinhos

André disse...

olá
2 notas para terminar a conversa (pelo menos neste fórum)

1- o nome da senhor foi erro meu. escreve-se Chávez.

2- deixo o link para um texto que escrevi em 2004, altura em que, tal como agora, olhava para a experiência venezuelana de uma posição crítica mas sem deixar de estar atento às evidências. Foi escrito em itália, por isso não tem acentos.

http://metrografismos.blogspot.com/2004/08/3-uh-ah-chavez-no-se-v-nao-sou-um.html

bjs
A

Zorbas disse...

Adoro provocar-vos!..
Um abraço felino,
L.