Norte (o meu)
Volto as costas ao vazio
procuro o vento frio
o caruncho pode desfrutar
do meu velho sofá
deixo as manchas de café
o candeeiro de pé
vou em busca do meu Norte
Levo imagens que sonhei
tesouros que roubei
a famosa gabardine azul
tem mais alguns rasgões
levo as horas que perdi
o espelho a quem menti
sigo em direcção ao Norte
Quantos pontos cardeais
ficarão no cais da solidão?
Quantos barcos irão naufragar,
quantos irão encalhar na pequenez
da tripulação?
Deixo os dias sempre iguais
os mundos virtuais
deixo a civilização que herdei
colher o que plantou
abandono o carrossel
a Torre de Babel
deitei fora o passaporte
Confio às constelações
as minhas convicções
quebro o gelo que se atravessar
no rumo que eu escolhi
o astrolábio que há em mim
vai respirar enfim
hei-de alcançar o meu Norte
Jorge Palma
Álbum Norte, 2004
3 comentários:
Amiga poetisa ;)
Se quiseres simplificar as coisas eu ofereço-te uma bússola...ihihih.
Hoje à noite eu ajudo-te a encontrar o norte (pelo menos a rua do Norte...vamos ao Bairro Alto).
Beijinhos,
Sonight
Am I Missing Something???
Espero que não implique ver o Filme do gajo dos grunhidos, sobre o qual já me pronunciei e não quero voltar ao assunto.
Mas, estou para lá dos planos, na verdade, as últimas datas importantes para mim foram passadas em serviços hospitalares, por isso, a vida agora vive-se sem planos:)
Amiga e teacha,
Estou por aqui, por ali, mas sempre convosco...
Muita força!
Uns abraçinhos muito fortes e muitos beijinhos.
Sonight
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