quarta-feira, 18 de março de 2020

Arrepiar caminho!

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Quarentena - dia 1

Vamos a isto!

A dúvida que se impõe por estes dias: mas então, pela calada, trocaram os argumentistas dos destinos da Humanidade? Parece que puseram o SENHOR GUERRA DOS TRONOS a escrever sobre o nosso destino colectivo? [Para os que não acompanham é melhor não começar agora, apesar do tempo disponível, porque morrem quase todos e safa-se o anão, o bonitão e aparentemente forte debanda para a neve, as miúdas voltam para casa e o miúdo da cadeira de rodas toma conta do resto e pelo meio, neve, gelo, dragões, espadachim forte e feio, tramas telenovelescas e muita gente desnudada a dar largas ao sentido da procriação].
Ontem acordámos e o dia parecia normal, hoje pumba, mataram uns quantos heróis...
Assim, se por ventura sobrevivermos ao dia 1 e ao dia 2 e seguintes, sobra-nos muito tempo para reflectir sobre a quantidade de informação que nos remeteram sobre doenças virais, sobre funcionamento hospitalar e capacidades de ventilação assistida (dizendo isto num país que tem já dificuldade em renovar a classe médica, porque as equipas de gente que muito deu aos nossos serviços públicos, está a ficar velhota e portanto a precisar de reformar-se).
Eu aprecio seriamente saber muitas coisas, tenho curiosidade real sobre as doenças virais, mas acho que preciso de respirar um pouco e reflectir sobre os assuntos que nos dizem a todos respeito.
A sobrevivência colectiva não está posta em causa, não, não é disso que se trata, apesar da quantidade de informação sobre os riscos de vida que nos entram pelo ecrã todos os dias. Mas a sobrevivência de alguns pode mesmo estar em causa. E por isso é preciso agir.
A sobrevivência dos gajos endinheirados com as fortunas escondidas num qualquer paraíso fiscal perto de si (se calhar isto ainda não é prioritário, vamos deixar de lado) não estão postas em causa. Mas a sobrevivência económica dos artistas e técnicos, agentes culturais e entidades a eles associadas, logística de espectáculos que envolve tanta gente quanto é possível imaginar, desportistas profissionais ou amadores, organizações desportivas grandes ou pequenas, logística desportiva que envolve tantas actividades quanto é possível imaginar também, gente ligada às actividades de turismo, agências, refeições, parceiros de toda a natureza de qualquer actividade lúdica e verdadeiramente enquadrada pelo nosso poder de escolha individual, pode estar em causa num futuro muito próximo. E por isso é preciso agir.
A sobrevivência das democracias, principalmente no caso europeu (que defendo alegremente desde do berço) abanará violentamente, mas no fim e depois de muita tremura, também não está posta em causa. Mas para isso é preciso agir e rapidamente.
A sobrevivência de cada país como nação, independentemente de ser governado por gente sensata ou energúmenos, vestidos de gente sensata, parece que também não está posta em causa, por enquanto. Mas o Estado de Direito e as Liberdades Individuais em países com políticos governados por energúmenos, vestidos de gente sensata, pode estar em causa e o que se segue é um regime encapotado de democracia, com todos os tiques fascizoides de uma ditadura, que poderão permanecer depois deste violento tsunami. E por isso é preciso reflectir e agir.

Então de que raio se trata? Porque é que nos vemos no olho do furacão, que ninguém percebe de onde veio?
Parece que o que se passa é um problema colectivo e global, que chateia um bocadinho quando se passa no quintal chinês, de repente chateia muito mais no quintal do vizinho, até chegar ao nosso quintal.
Pois bem, o mundo tem cada vez menos quintais no que toca a doenças e problemas ambientais, por isso a solidariedade é uma palavra de ordem e as acções de cada um podem fazer a diferença.
Quando isto passar, porque vai passar entretanto, estas palavras, como outras que deixei noutras alturas neste estaminé, vão parecer fazer sentido para coisas da vida que nada têm que ver com saúde, mas com a sanidade mental humana [um bem tão precioso quanto escasso por estes dias...].
Não nos servirão as séries dos canais por cabo, nem mesmo as mais espectaculares e dispendiosas, para escrever o próximo take, o próximo capítulo e as posteriores sequelas, porque a humanidade arranja sempre forma de surpreender. E além disso porque andaremos a dar tanto dinheiro a esta gente que não o partilha com a humanidade?

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