quarta-feira, 6 de novembro de 2024

hum...

Então uma parte significativa da população americana prefere um incompetente empresário (que precisou de enganar as finanças anos a fio), racista, inculto, misógino, predador sexual, culpado por 34 crimes em tribunal ("(...) Donald Trump foi considerado culpado de 34 crimes de falsificação de documentos no caso do pagamento de 130 mil dólares à actriz de filmes pornográficos Stormy Daniels para que esta se mantivesse em silêncio sobre uma relação sexual entre ambos. in https://www.publico.pt/2024/09/06/mundo/noticia/juiz-adia-sentenca-donald-trump-eleicoes-2103249),

dos quais se vai livrar em grande estilo, despedindo os responsáveis pela sua condenação, e ainda se livra de mais um processo sobre a orquestração da tomada de assalto à Casa Branca (após perder as eleições em 2020) e mais outro sobre as eleições na Georgia, and so on... a uma vice-presidente "apagadinha", feroz procuradora e capaz de meter na cadeia uns quantos financiadores do energúmeno fascizoide que tomou o Partido Republicano de assalto...

Bravíssimo! 

Lincoln deve estar a dar muitas voltas no túmulo...

sábado, 24 de agosto de 2024

Remake 20 anos depois...

20 anos depois do primeiro ministro em funções emigrar para ocupar um cargo de emigrante de luxo, eis que outro lhe segue as pisadas, já não estando em funções, mas aí vai para um "alto cargo europeu"... Só faltava, 20 anos depois, tomarem posse na mesma data!

Agora é esperar para ver se se comporta como o primeiro, e depois deste trampolim europeu, vá a correr para uma reforma dourada, numa qualquer instituição financeira que represente o casino do colarinho branco...

Um abraço felino,

Zorbas, o gato grande, preto e gordo.

O gato agastado com o sismo.

 

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

O sabor do gelado

Se nunca tivéssemos provado gelado de morango, como saberíamos que se trata de uma invenção culinária quase perfeita! E depois de provarmos gelado de morango, se investirmos em gelado de alcaçuz e não tivermos nascido no norte da Europa, como saberíamos que se trata de um fenómeno culinário intrigante e profundamente desagradável? Mesmo assim, temos toda uma panóplia de sabores, cores e cheiros de gelado para testar. O céu é o limite!

Mas se nos dessem a provar gelado de morango e, depois de uma conquista tão apetitosa, nos retirassem esse sabor, sob o argumento de que os morangos são frutos proibidos, com o que é que ficávamos? Com a memória de um prazer, cada vez mais distante e longínquo.

Pois bem, não sendo gelado de morango, mas valores e ideais democráticos, a memória da democracia europeia, à luz dos interesses dos fundadores desta comunidade, é uma memória cada vez mais distante e longínqua. E porquê? Porque fomos tomados de assalto por valores ultraliberais, importados do outro lado do Atlântico (onde impera o gosto por gelados de nata), que não casam com a história de países de tal forma agarrados à ideia de humanização da sociedade, que para o efeito travaram não uma, mas duas das guerras mundiais num espaço de menos de 20 anos. Países onde a historiografia tem milénios e não séculos e com as fronteiras mais antigas do mundo. Países onde nasceu a história do pensamento, onde nasceram as principais expressões artísticas que se conhecem, onde a música começou a ser escrita, para que outros pudessem escutar, onde a escrita passou a ser editada para muitos poderem ler, onde a culinária foi inventada como arte. Estes mesmos países, que se combateram por séculos, alguns durante milénios, que por vontade exclusiva das suas populações, resolveram viver em Paz, de forma harmoniosa e com regras comuns, reconhecendo a mais-valia de uma União. 

Agora, são estes mesmos países, onde se instalou uma ideia original de Farol da Humanidade, que estão a ser tomados pela agilidade extremista. Países que debaixo do ataque de um "pseudo" imperador russo, que quer o mundo à sua imagem, financiando desde há muito os boys dos partidos de extrema direita, que bem sabem o poder da união (e por isso a combatem tão fortemente), enfrentam, pela primeira vez desde 1944, o risco de comprometer a ideia original de Paz que os seus fundadores tanto promoveram. E porquê? Porque é que isto acontece exatamente agora, passados anos suplício debaixo de crises financeiras intermináveis e políticos a cair em desgraça por essa Europa fora? Bem, por demérito dos políticos, atuais e antecessores, que se comprometeram com ideias que não podem subsistir com os valores humanos, que permitiram a desumanização da Europa em prol da "eficácia" económica, e com isso desvalorizar o trabalho e aumentar o risco sobre a segurança dos seus conterrâneos. Pulhas que se venderam por trocos aos "poderosos" inúteis da terra, que apenas querem aumentar fortunas pessoais, mesmo que para isso comprometam a convivência pacífica de milhares de cidadãos. 

Chegados aqui enchem todos a boca para falar de Democracia, onde é que estavam todos quando aceitaram os modelos económicos canibais, que permitem escravizar trabalhadores contra robots? Onde é que estavam todos quando, debaixo de uma profunda crise se puseram a analisar o mercado de trabalho grego e português, ditando regras draconianas para os seus trabalhadores, debaixo do chapéu de dívidas insustentáveis. Onde é que estavam todos quando deixaram dois gémeos ignorantes tomar um país europeu de assalto para experimentar as ideias do "pseudo" imperador russo. Onde estavam todos quando sentiram os tentáculos do regime ditatorial russo, por força da produção de energia, chegar à Europa de Leste, recentemente chegada à União, mas nem por isso protegida da mira do judoca falhado, ignorante, que muda o discurso consoante o interesse, que inventa a história do seu país porque não a conhece profundamente, e sobretudo que copia um modelo de fascismo que já todos vimos como terminou. 

Perante isto, e a acreditar que os europeus merecem mais e melhor. Onde é que estão aqueles que bazófias sempre viram os extremistas como ameaça, mas nunca ousaram descredibilizar as suas ideias tontas sobre imigração e segurança, com medo de perder "eleitorado"? Onde é que estão os galantes defensores dos ideais europeus, que falavam sobre tantos interesses económicos e tanta liberalização dos mercados, que permitiram que a Europa se tornasse irrelevante? Onde é que estão? Gostaríamos de lhes mostrar que a história, não sendo uma ciência exata, é uma enciclopédia para o futuro, e a única certeza que temos, perante os milénios anteriores, é a confiança na Humanidade, que mesmo com as maiores adversidades, se salvou sozinha, sem heróis ou figuras de proa que merecessem mais que todos os anónimos que a compuserem e que com eles coexistiram.

Meus amigos, assobiar para o lado é não permitir aos jovens europeus (nascidos ou importados de outras origens), conhecer o sabor do seu gelado favorito. As natas, em excesso de produção na Europa e diabolizadas pelos nutricionistas, não podem substituir a frescura da fruta e a acidez certa para um gelado.

sábado, 27 de abril de 2024

quinta-feira, 25 de abril de 2024

50 anos…

 Foto de Rui Ochoa, 1974

Diria a poetisa Sophia um ano e meio depois, como deputada (imagine-se tempos em que poetas assumiam papéis políticos):

Num país e num mundo onde há famílias sem casa e doentes sem tratamento e sem hospital a questão da liberdade de criação artística e intelectual pode parecer uma questão secundária. (…)

A cultura não existe para enfeitar a vida, mas sim para a transformar - para que o homem possa construir e construir-se em consciência, em verdade e liberdade e em justiça. E, se o homem é capaz de criar a revolução, é exatamente porque é capaz de criar cultura.”

(…)

Queremos uma relação limpa e saudável entre a cultura e a política. Não queremos opressão cultural. Também não queremos dirigismo cultural. A política, sempre que quer dirigir a cultura, engana-se. Pois o dirigismo é uma forma de anticultura e toda a anticultura é reacionária. (…)

O lugar da cultura é a comunidade. Ultrapassar o uso burguês da cultura e pôr a cultura em comum é uma tarefa essencial do socialismo. Mas esta tarefa é uma tarefa de invenção. E inventar é uma tarefa da liberdade.

Por isso, toda a população tem direito à inviolabilidade e à livre expressão das formas de cultura que lhe são próprias. Nenhuma forma de cultura se pode atribuir o direito de destruir ou menorizar outras formas de cultura.”

(No site da Assembleia da República)

Que vontade que se cumpra este desígnio!

 E que viagem esta! 

50 anos. Bravo Portugal!

Viva a Liberdade!


sexta-feira, 5 de abril de 2024

sexta-feira, 15 de março de 2024

Quando menos esperavam...

Então não é que o chico esperto holandês, que também urrava coisas no país das tulipas, aliás, se bem nos lembramos, esse país tão cheio de problemas com o nosso vinho e com as nossas casas de alterne, afinal debandou do governo, ainda antes do próprio governo existir...

Um abraço felino,

Zorbas, o gato grande, preto e gordo.

O GATO DEMOCRÁTICO...

quarta-feira, 13 de março de 2024

Nova edição revista e aumentada (vá pronto, a versão de 2022 estava aquém dos 1 108 674 que votaram no #GajoQueUrraUmasCenasEAgoraVaiCom49MacaquinhosParaACasaMaiorDaDemocracia)...

Outra vez, mas mais devagar...

1 108 764 portugueses acham que isto no tempo do Salazar é que era...

Lamentavelmente, não há muitos adjetivos para classificar os 1 108 764 portugueses, (pelos vistos cresceram relativamente aos que vinham com o culto do energúmeno para presidente e para uma bancada parlamentar), que acharam que a alternativa ao poder constituído, passa por eleger um energúmeno que ambiciona o poder absoluto.

Que tipo de desespero leva 1 108 764 portugueses a achar que não há alternativa? É a vontade de voltar a ter uma ditadura? O Alzheimer precoce atacou-os? Será isso, ou então será falta de noção sobre o que significa eleger um bronco chico esperto para líder de um país? Ponham os olhos nos exemplos mais próximos, resultou em Itália? Resultou na Argentina? Resultou na Rússia, na Turquia, no Brasil e até nos EUA? Nem por isso, parece que é difícil perceber, mas não resulta e o único motivo pelo qual ainda não perceberam prende-se com a profunda falta de cultura cívica que caracteriza este tempo que vivemos, profunda ignorância política, profundo desconhecimento da história recente deste país, mas pior que tudo, o regresso dos tiques de machismo, xenofobia, racismo e todos os outros ismos encurralados, de todos os saudosistas bolorentos, que preferem o discurso da tasca do energúmeno ao debate político do Parlamento (que o próprio faz questão de manchar com todas as mentiras que o caraterizam).

Voltámos aos tiques antigos e os líderes dos restantes partidos caíram, mais uma vez, na esparrela. Da esquerda à direita, encheram o debate político de formas e não de substâncias, que deram ao energúmeno e aos seus capangas margem de manobra para discutir formas (já que substância estes não têm nenhuma).

A imprensa, continua a levar o energúmeno ao colo, quando derem conta, mesmo que queiram, já não podem dizer o que querem, porque enquanto apontam a tudo o que mexe do lado do energúmeno, para vender ao povão, que gosta de "ver o circo a arder" e por isso alinha no discurso do seminarista bolorento, ele vai ganhando votos com a única estratégia que tem, dizendo aquilo que querem ouvir, mesmo que seja impossível de concretizar, irrealista ou uma mentira evidente. Os jornais, telejornais e afins, apesar do esforço, escusam de vir com polígrafos e outros apetrechos, porque enquanto abrirem o telejornal com o energúmeno aos pulos e aos urros, levam-no ao colo para o próximo tachinho ou cargo político. A juntar a este circo, falta dizer que a maioria dos conteúdos que os fascizoides gostam de propagar na dita "internet" livre demora 20 min. a produzir, num computadorzeco de um esterco qualquer, que ganha umas coroas na darkweb. O Watergate demorou 2 anos a investigar por jornalistas, editores e proprietários de uma imprensa que teimava em ser livre e contribuir para uma justa avaliação da política. Não precisamos que nos empandeirem "verdades absolutas" que só estão disponíveis na internet, precisamos de civismo, precisão e sentido crítico numa imprensa livre, patrocinada (ou não, depende de nós) pelos energúmenos donos dos big tech, que não servem para nada que não seja virar o mundo do avesso com os seus algoritmos financeiros.

Quando o discurso sobre "os portugueses de bem" voltar a ser dominante, lá se vai a liberdade, a independência e o livre arbítrio, porque uma coisa é garantida, a imprensa independente não tem lugar no modelo de governação deste energúmeno.

Finalmente, como reflexão, a educação deste país vai pelas ruas da amargura, mas isso já sabíamos. Os professores, que tanto lutam pelos seus justos direitos, passam mais tempo nas formas e menos nas substâncias. Enfim, a cidadania, disciplina que tanto incomoda alguns políticos e aos supostos "portugueses de bem", deve sim ter conteúdos políticos, a nossa vida é eminentemente política, é bom que os alunos deste país aprendam isso desde cedo. A juventude deve saber o que significa uma opção de direita e de esquerda, uma opção de voto nulo ou de voto em branco, e o que significa a abstenção, deve saber o que significa a Democracia. As alarvidades que muitos jovens encontram no tik tok e nas outras redes sociais não têm validação jornalística, que é gente formada para, precisamente, validar factos. 

A primeira manobra destes novos fascismos reside em desacreditar profundamente a imprensa, aproveitar uma forma de comunicação de massas alternativa, baseada em modelos de negócio que apenas visam lucrar massivamente, e com isso espalhar um conjunto de mentiras. Segundo a cartilha dos novos fascistas, depois da escolha, quando a coisa não lhes corre de feição, lançam a dúvida sobre o resultado das eleições, os mais afoitos, invadem parlamentos. 

A segunda manobra de manipulação, esta aprenderam no manual do Hitler, do Estaline e dos refinados fascistas do século passado, é sobre a segurança do país, criando supostos inimigos que é preciso combater, para depois trazer as forças de segurança ao barulho, entretanto profundamente infiltradas de gente extremista, que por necessidade de afirmação, terá que exercer a força sobre alguém. Com isto, os desgraçados dos supostos inimigos, normalmente emigrantes, ciganos, pretos, chineses, muçulmanos de todas as origens, hindus, brasileiros, ucranianos, and so on, são encurralados, e a mais valia que trazem para a economia vai-se como areia pelos dedos das mãos. Entretanto, estamos sempre a falar de chico-espertismo, cavalgam sobre manobras da justiça e sobre os casos e casinhos que derrubam governos, e que deviam ser alvo de escrutínio independente, mas não são. 

Os pais, que deixam de falar de política porque estes assuntos "aborrecem" e é muito mais fácil mandá-los para os tik toks, deviam educar os filhos e ensiná-los que na vida as opções políticas não são fáceis e que o país não se governa por decretos alarves e irrealistas, enquanto se engordam as fortunas dos amigos ricos, dá trabalho construir um rumo que nos afaste do chico-espertismo. Enquanto a iliteracia cívica for reinante, a ignorância dará ao povo o "circo a arder" que desejaram, baseado uma minoria oportunista e fascista, que por falta de comparência dos restantes, foi ocupando terreno.

Falta ainda a cândida justificação dos que não querem aceitar a existência de um sem número de racistas, xenófobos e machistas naturais, que vieram normalizar o seu discurso com o tipo de comentários do energúmeno que urra. Estas pessoas, neste país, tinham sido colocadas no lugar delas, o canto da sala. Pois, vamos esperar que não sejam precisos outros 50 anos para voltarmos a ser um país moderno e progressista. É preciso voltar a explicar a estes 1 108 764 portugueses como é que o velho que caiu da cadeira deixou este país durante 48 anos (será coincidência, um macaquinho por cada ano de ditadura?).

Aos 1 108 764 portugueses resta perguntar: sabem o que legitima o poder democrático? A vigilância do povo. Acusamos a convocatória e cá estaremos para esse efeito.

Voltamos a um post do longínquo ano de 2022, a propósito da eleição que terminou com uma maioria absoluta (que também terminou), agora numa versão revista e aumentada, para quando aquele gajo do comentário desportivo, que urra umas cenas na Assembleia, ocupar o seu lugar, acompanhado com mais 47 capangas, que, se não nos enganamos muito, há semelhança do que fez o partido do Hitler antes de tomar o poder, vão querer convencer o resto do país de que este não é seguro e que precisamos de um partido de força bruta para levar isto por diante (uma linguagem que agrada, e muito, os 1 108 764 portugueses que lhe deram votos)...

Luto por 1 108 764 portugueses.

1 108 764 portugueses que gostam de ser enganados por um bode que urra, agora com mais 48 capangas para fazer claque dos seus urros (como o gajo se evidenciou no comentário desportivo, precisa dos hooligans para repetir os urros).

1 108 764 portugueses que se afastarão das decisões públicas e que não terão legitimidade para as debater, porque querem fundar uma nova república (sabe-se lá o que pensam que significa a palavra República, e ainda mais o que pensam da palavra Democracia).

1 108 764 portugueses que não concordam com a atribuição de apoios aos mais necessitados (que até podem ser os próprios), preferem a caridadezinha ao apoio real e consistente, e ainda consideram os necessitados como subsidodependentes (já agora, como temos uma bazuca de dinheiro para gastar, também querem devolver o dinheiro europeu? O princípio é o mesmo).

1 108 764 portugueses, estes mesmos, que se afastarão do centro de emprego, porque não precisarão de subsídio quando a hecatombe da crise económica e social desabar em cima das nossas cabeças (sendo que alguns já vão com uns valentes meses de avanço nesta hecatombe).

1 108 764 portugueses que se afastarão das creches (as que resistem), das escolas e das universidades públicas, em particular das faculdades de medicina do país (que custam muito dinheiro ao erário público, e ainda bem!), porque acreditam no ensino privado e nos privilégios do ensino privado.

1 108 764 portugueses que se afastarão dos tribunais, porque a nova república que querem fundar terá um supremo líder, e este decidirá sobre todos os aspetos da vida deste país, e ainda porque o Estado não pode, nem deve, subsidiar a defesa de gente que não é de bem (mesmo que seja num litígio matrimonial).

1 108 764 portugueses que prescindirão de receber as vacinas que constam do plano nacional de vacinação, porque o Estado não tem que suportar essas despesas (boa sorte com o sarampo, tosse convulsa e tuberculose, pneumonia e respetivas hepatites).

1 108 764 portugueses que deixarão morrer a ciência em Portugal, porque esta é uma das áreas onde o privado não vê vantagens em investir (boa sorte com o ébola e com a malária, quando chegarmos ao ponto de ganhar com o aquecimento climático um novo mundo cheio destas pérolas naturais).

1 108 764 portugueses que querem deixar morrer o combate ao analfabetismo, desigualdades e exclusão social, que com todas as limitações vai fazendo o seu caminho (a sopa dos pobres em Lisboa fica nos Anjos, para quando perderem o emprego).

1 108 764 portugueses que querem deixar os "velhos patrões" tão bonzinhos e tão simpáticos com os seus trabalhadores, tomar o poder e cilindrar os seus direitos, conquistados a pulso nos últimos 50 anos, que se seguiram à revolução pacífica do 25 de abril (esta data, a propósito, deixará de ser um marco no nosso país). 

1 108 764 portugueses que querem Fátima, Fado e Futebol de novo, só para entreter (boa sorte a tentar atirar para baixo do tapete as alarvidades dos amigalhaços do vosso supremo líder).

1 108 764 portugueses que acreditam na ideia de um país inseguro, para depois nos venderem a ideia de um estado de sítio que precisa de força bruta (boa sorte com o que se segue).

1 108 764 portugueses que acham que os pedófilos têm que ser castrados quimicamente e que a pena de morte é indispensável para a justiça do país (boa sorte quando chegarmos ao modelo árabe de cortar a mão aos ladrões de fruta).

1 108 764 portugueses que querem deixar morrer a cultura portuguesa (boa sorte...).

1 108 764 portugueses analfabetos da democracia, que não perceberam que em 50 anos passámos da pobreza franciscana (para usar termos que vos são próximos), para a eficácia jesuíta.

Um abraço felino (não para estes 1 108 764 portugueses, que me dão náuseas).

Zorbas, 

O Gato grande, preto e gordo.

terça-feira, 12 de março de 2024

Ó Dr. Coisinho, coisifique aqui o dedo!

 


O dr coisinho Vem coisificar o medo Ai ó mulher é branco Ai ó mulher é preto O dr coisinho Vem quantificar o erro Ai ó qu ́ele é cigano Ai ó qu ́ele é o demo O dr coisinho Sai de baixo do penedo O dr coisinho Vem atiçar o mostrengo Encarna o maluquinho Saudosista, lazarento Ó dr coisinho Coisifique aqui o dedo! O dr coisinho Vem clarificar coisinhas Ai ó qu’ele é drogado Ai ó qu’ ele é maricas O dr coisinho Vem vociferar o espanto Ai ó mulher é preto Aí ó mulher é branco O dr coisinho Quer reabrir o degredo O dr coisinho Só atrai pra si mosquedo É um le penesinho Pequenino, de brinquedo Ó dr coisinho Coisifique aqui dedo! O dr coisinho Sai debaixo de um penedo O dr coisinho Vem coisificar o medo O dr coisinho Saudosista, lazarento CARA DE ESPELHO Carlos Guerreiro Luis J Martins Pedro da Silva Martins Maria Antónia Mendes Nuno Prata Sérgio Nascimento FICHA TÉCNICA Letra e música - Pedro da Silva Martins Arranjos - Cara de Espelho Produzido por Nelson Carvalho e Cara de Espelho

segunda-feira, 11 de março de 2024

Era uma vez um país com 50 anos de Liberdade, que decidiu voltar ao limbo, juntando na casa maior da Democracia 47 macacos + #OGajoQueUrra, qual saco de gatos assanhados a defender os tempos do velho que caiu da cadeira...

Sobre os tempos que correm. 
Canção do enorme José Mário Branco, muito bem cantada pelo Sérgio Godinho... 

O Charlatão 

Numa rua de má fama 
Faz negócio um charlatão 
Vende perfumes de lama 
Anéis de ouro a um tostão 
Enriquece o charlatão 

No beco mal afamado 
As mulheres não têm marido 
Um está preso, outro é soldado 
Um está morto e outro ferido 
E outro em França anda perdido 

 É entrar, senhorias 
A ver o que cá se lavra 
Sete ratos, três enguias 
Uma cabra abracadabra 

Na ruela de má fama 
O charlatão vive à larga 
Chegam-lhe toda a semana 
Em camionetas de carga 
Rezas doces, paga amarga 
 
No beco dos mal-fadados 
Os catraios passam fome 
Têm os dentes enterrados 
No pão que ninguém mais come 
Os catraios passam fome 

É entrar, senhorias 
A ver o que cá se lavra 
Sete ratos, três enguias 
Uma cabra abracadabra 

Na travessa dos defuntos 
Charlatões e charlatonas 
Discutem dos seus assuntos 
Repartem-se em quatro zonas 
Instalados em poltronas 

Pra rua saem toupeiras 
Entra o frio nos buracos 
Dorme a gente nas soleiras 
Das casas feitas em cacos 
Em troca de alguns patacos 

É entrar, senhorias 
A ver o que cá se lavra 
Sete ratos, três enguias 
Uma cabra abracadabra 

Entre a rua e o país 
Vai o passo de um anão 
Vai o rei que ninguém quis 
Vai o tiro de um canhão 
E o trono é do charlatão 

Entre a rua e o país 
Vai o passo de um anão 
Vai o rei que ninguém quis 
Vai o tiro de um canhão 
E o trono é do charlatão 

É entrar, senhorias 
A ver o que cá se lavra 
Sete ratos, três enguias 
Uma cabra abracadabra 

É entrar, senhorias 
É entrar, senhorias 
É entrar, senhorias

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Ui...

Não deixa de ser cómico que depois de uma debandada venha um remake.

Era isto.

Obrigada.

Haja paciência...


Saudações felinas,

Zorbas,

O gato grande, preto e gordo

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Remake de cenas tristes...

Se o comum dos mortais percebesse como se "cozinham" os investimentos deste país, os políticos, que estão profundamente descredibilizados, seriam vistos como tontinhos e não como aldrabões. Os danos para a causa pública são pouco escrutinados em Portugal e na maior parte do mundo capitalista, os interesses do Estado não são salvaguardados, como se o dinheiro público português não fosse de todos os seus contribuintes. Os patos bravos dos grandes investimentos aproveitam-se, na maioria das vezes, das incompetências de alguns titulares de cargos públicos, ou do desconhecimento que têm de algumas áreas, ou ainda das supostas "amizades" que garantem acesso a determinados centros de poder. 
Na verdade, se o comum dos mortais tivesse algo a dizer sobre a selvajaria de mercado que impera em muitas áreas, as negociatas eram referendadas sempre e os políticos pagavam as faturas dos maus negócios que fazem, e cujas consequências ficam sempre para as gerações futuras. Em muitas partes do mundo (infelizmente em crescimento), não há escrutínio público sequer, em locais onde os políticos reinam, não governam... 

A euforia da informação ao segundo também não ajuda em nada, os órgãos de comunicação social perderam sentido crítico (muitos estão vendidos aos mesmos patos bravos que se sentem acima da lei), e perderam a noção essencial do interesse público. Parece que é mais importante ocupar espaço de antena com euforias, do que avaliar e ter coerência informativa. Não nos interessa grande coisa ver um titular de um cargo público de pijama a passear o cão, já uma ideia do que se passa em determinadas comissões de inquérito na Assembleia da República seria útil para escolher o próximo elenco do Parlamento. 

É neste registo que crescem os #GajosQueUrram, cuja inteligência deixa a desejar, e que têm a ambição clara, se algum dia chegarem ao poder, de encher o país com patos bravos que lhes pagam uns trocos extra.

Posto isto, expliquem lá, senhor primeiro-ministro, senhor presidente da República e senhores magistrados quem é que paga a fatura das intermitências de governação que vamos suportar por mais 6 meses? Já agora, estas negociatas, cuja ponta do véu levantaram, quem paga? E, finalmente, quem esclarece o povo português, que de patos bravos está de saco cheio, sobre o real motivo pelo qual este governo caiu?

Assim sendo, é ficar a assistir, que isto lá para 2038 é capaz de se saber...


quarta-feira, 3 de maio de 2023

A debandada (parte 3524, não fosse trágica, até tinha graça)...

 Este país sofre do síndroma "já conheço os cantos à casa, vou pregar para outra freguesia", ao nível da ocupação do cargo lá para os lados de São Bento.

Ainda não era o país republicano que hoje conhecemos e já a corte ia fazer "cenas" para o Brasil, fartinhos até ao tutano desta chafarica.

Assim, cedo na história coletiva, os portugueses aprenderam que para se governar em Portugal, teria que se reconhecer o demérito do titular do cargo anterior, que invariavelmente se espalhava fortemente e deixava um lastro de "JÁ NÃO SE AGUENTA", sendo o seu sucessor, vezes sem conta, o salvador disto tudo. Só que não. 

Portanto, aguardamos as cenas dos próximos capítulos, com apostas para o destino final do titular do cargo presente (eu aposto a titularidade da diplomacia europeia...), e com a certeza que o próximo titular vem salvar o país (que em tempos idos um dos fugitivos designou de tanga, mas que entretanto ocupou as altas instâncias de uma das entidades que mais dinheiro fresco nos exigiu, obrigando-nos a vendar a alma aos chineses e angolanos ricos, que, pasme-se, afinal não eram assim tão endinheirados como pareciam)!

Por estas e por outras é que a história política do país devia ser obrigatória, não só nos bancos de escola, em todas as áreas de ensino, mas principalmente nos cursos de onde se formam estas mentes políticas que depois acham que vão salvar o país, assaltam-nos os bolsos e distraem o comum dos mortais com assuntos de diz que disse, para escolherem bem o local da fuga...




quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Elefantes na Sala

Num dia qualquer de 2023, ah, espera, é que não é um dia qualquer!

É um dia 11 de janeiro, passam não sei quantos dias de promessas eleitorais sobre os apoios às artes, e também é o dia em que o ministro vai responder a um grupo de gente no Parlamento, que de arte percebe pevas, mas que vai usar argumentos oportunos contra um inexperiente ministro. 

Posto isto, sobre o apoio às artes, não interessa grande coisa ao comum dos portugueses, seja qual for o tipo de governo que tem este país. 

A massa crítica fundamental para avaliar um setor importantíssimo para o país, ainda mais importante para o turismo do país, e que só não exporta alguns Cristianos de várias áreas, porque não se sabe vender, é inexistente. 

As boleias que o turismo (que parece ter um orçamento sem fim, ao ponto de financiar quem sobre ele decide) apanha do património edificado (que tem falta de gente crónica desde que o Durão Barroso anunciou a tanga financeira e fugiu do país) é indiscutível, de tal forma que nos tempos covid, pós confinamentos, foi possível ver a fachada dos Jerónimos sem filas de guarda chuvas (não interessa se é verão ou inverno, os japoneses é que dominam o manuseio do guarda chuva), foi possível entrar no Museu de Arte Antiga e até ouvir mentalmente alguns personagens do Bosh, foi possível visitar o Palácio da Pena comprando bilhete e entrando, em vez de ficar 2h30 numa fila de espera para ter que olhar para salas entre cotoveladas de transeuntes, isto só em Lisboa. O que é que o património edificado ganha com o volume de turistas que invadem o país? Pouco o nada, agravando ainda mais a necessidade de manutenção, e exercendo uma pressão imensa sobre as estruturas, com recursos humanos e meios que nem para o funcionamento dos anos 90 do século passado chegavam.

E sobre as artes performativas, o que dizer? Temos salas com público, notável e crescente, mas as estruturas não recebem um apoio real e efetivo para a manutenção das salas. O que faremos quando as estruturas existentes desistirem das salas que ocupam e passarem a nómadas (coisa que já acontece com os coletivos do novo milénio), como se manterá a possibilidade de terem um espaço físico para se apresentarem. Se mantivermos a coisa como domínio das autarquias, o que acontece desde sempre, o ciclo não se quebra, os amigalhaços do costume manterão a sua atividade artística, os críticos do costume terão que se encolher até que o poder político dê a volta. E a liberdade criativa, onde anda? E o poder dizer que se fez um grande espetáculo de teatro (e temos visto muitos!) que batia em tudo e em todos, mas que pôde existir porque não houve interferências indevidas.

Queremos falar de música? Os promotores de festivais tomaram o país de assalto, vendem eventos para turistas (para quem os bilhetes até são muito baratos), mas o grosso das infraestruturas que montam depende de financiamento autárquico, da boa vontade dos habitantes locais e de uma enorme máquina de marketing. Onde estão os músicos portugueses de jazz, de clássica, de eletrónica, de propostas alternativas, na programação das mesmas autarquias que apostam em grandes festivais? Onde está o espaço para os artistas se apresentarem, sem que isso tome de assalto o bolso do público? Onde estão os bilhetes a preços aceitáveis para os contribuintes portugueses, que indiretamente apoiam com o financiamento das autarquias onde residem, a realização destes mega eventos? Acham que é pouco? Quem paga a limpeza urbana? Quem paga a disponibilização de água potável e energia elétrica dentro dos recintos? Muitas vezes, quem fornece infraestruturas para as diferentes ofertas (da comida às bugigangas) que cada evento destes oferece? And so on...

E sobre a arte urbana, de rua, que entretanto ocupou boa parte das nossas cidades? Temos vários e muito bons artistas que, ao contrário dos restantes, têm o controlo da apresentação ao público, porque não há como esconder os objetos que produzem. Mas e a valorização deste trabalho? Quem é que valoriza, quem é que explica ao poder político deste país (cheio de velhos, com ideias velhas e sem visão para o futuro) que este tipo de arte traz consigo um entendimento explícito e um sentimento de pertença, muito difícil de explicar a quem não sai de gabinetes de engravatados e quando se desloca na cidade vai de motorista a 200/Km hora para chegar ao assunto seguinte.

Podíamos continuar a falar sobre cada uma das áreas e cada uma áreas e das suas dificuldades. Podíamos dizer que a iliteracia é um fenómeno que alimenta a falta de exigência para com os sucessivos "ocupantes" do Palácio da Ajuda e tomadores da pasta da cultura, desde que ela existe.

Mas, os políticos, em geral, olham para as manifestações culturais como oportunidades para melhorarem a imagem da chafarica que dirigem (seja o Estado central, seja o poder local), os artistas olham para os políticos como oportunistas que usam e abusam do poder, e enquanto andamos nisto, um sem número de gente continua a remar contra a maré, a não baixar os braços e acreditar que a arte pode e deve mudar o mundo.

Aguardemos pelas cenas dos próximos capítulos.


Um abraço felino,

Zorbas

O gato grande, preto e gordo.

terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Something is rotten in the state of Denmark...


365 dias disto (este ano não há bónus em fevereiro)! Ha Ha! 2023 é que vai ser! 

Venham de lá os sábios da astrologia, expliquem os mercúrios retrógrados (como se a culpa fosse do mercúrio e não dos milhões de seres humanos que por aqui habitam!), traduzam o que de bom e mau se vai passar com os nomes das constelações e o posicionamento do planeta Terra e de todos os outros. Venham daí as alegrias dos novos amores, das mudanças no trabalho e da saúde de ferro para alguns, venham daí as decisões difíceis no amor, as precauções com o dinheiro e a vigilância de alguns órgãos internos.

Para os desacreditados das previsões astrológicas, o substancial para 2023 não deixa grande margem para dúvida:

A crispação humana tende a aumentar, a concentração de riqueza do top 3 dos energúmenos (que não nos servem para nada) também, a extrema direita está ao virar da esquina (com a solução milagrosa da banha da cobra para nos curar de todos os males) e os políticos em geral, cada vez mais cínicos, querem lá saber do legado que deixam para as novas gerações, basta que se safem agora e o futuro logo se vê.

Assim se percebe que para muitas pessoas, em boa parte do mundo, ler o horóscopo é a melhor parte do dia...


Um abraço felino!

Zorbas, o gato grande, preto e gordo.

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Carpe Diem (Walt Whitman)

Aproveita o dia, não deixes que termine sem teres crescido um pouco, sem teres sido feliz, sem teres alimentado os teus sonhos.

Não te deixes vencer pelo desalento.

Não permitas que alguém te negue o direito de te expressares, que é quase um dever.

Não abandones a tua ânsia de fazer da tua vida algo extraordinário.

Não deixes de crer que as palavras e as poesias podem mudar o mundo.

Porque passe o que passar, nossa essência continuará intacta.

Somos seres humanos cheios de paixão.

A vida é deserto e oásis. Atira-nos ao chão, lastima-nos, ensina-nos, converte-nos em protagonistas da nossa própria história.

Ainda que o vento sopre contra, a poderosa obra continua, tu podes mudar uma estrofe.

Não deixes nunca de sonhar, porque só nos sonhos pode ser livre o homem.

Não caias no pior dos erros: o silêncio.

A maioria vive num silêncio espantoso. Não te resignes, e nem fujas.

Valorize a beleza das coisas simples, pode-se fazer poesia bela, sobre as pequenas coisas.

Não atraiçoes as tuas crenças.

Todos necessitamos de aceitação, mas não podemos remar contra nós mesmos. Isso transformaria a vida num inferno.

Desfruta o pânico que provoca ter a vida toda a diante.

Procura vivê-la intensamente sem mediocridades.

Pensa que em ti está o futuro, e encara a tarefa com orgulho e sem medo.

Aprende com quem pode ensinar-te as experiências daqueles que nos precederam.

Não permitas que a vida passe sem teres vivido…


Walter Whitman (1819 – 1892)

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Quando a vida te dá limões

Quando a vida te dá limões... faz limonada, faz caipirinhas, faz lemond curd, faz tarte de limão merengada, faz bolo de limão para o chá das 5, faz tinta invisível para brincares como se tivesses 11 anos outra vez, faz um detox às olheiras de trabalho, faz amaciador para o cabelo, vai, sem medo, mas faz o que te der na gana.

Pela tua força interior, nunca vires as costas ou baixes os braços, age graciosamente, mas sempre com rebeldia, mangas arregaçadas, para jamais te renderes à estupidificação humana, à falta de honestidade de toda esta gentinha medíocre que se acha a dona do mundo.

Vive a vida segundo a tua moral, os teus princípios, os teus valores humanos, que valerão muito mais do que o ordenado que te pagam todos os meses, a desonestidade dos teus patrões, a competição desenfreada onde te querem encaixar e o subtexto de que a tua vida não vale grande coisa. Vale tudo para ti e para os outros é extraordinariamente valiosa também, assim essa gentinha soubesse disso mais cedo.

No fim, guarda os caroços e cultiva-os para um futuro próximo e decide que destino queres dar às cascas que os limões te deixam...







quinta-feira, 3 de março de 2022

Hipócritas

Então os merdosos que andaram a receber guito do atrasado mental do novo czar russo agora resolveram vir dizer mal do czar? E explicar às pessoas como é que financiaram campanhas, como é que os amigos russos invadiram campanhas eleitorais de partidos democráticos, para nos tentarem convencer que precisamos mesmo de gente como vós para arregaçar as mangas e andar ao soco e ao pontapé aos supostos invasores.

Vão bardamerda todos mais o vosso fascismo. 

Ah e a Comissão Europeia, tão importada agora com o guito dos russos, esqueceram-se do dinheiro fresco que obrigaram os países da Europa do Sul a aceitar em compras das joias da coroa da economia destes países, para salvar a moeda única.

Hoje os russos, amanhã os chineses, por isso, temos todos telhados de vidro.

Estamos com a Ukrania, estamos com os povos livres e democráticos, agora e sempre.

Zorbas,

O gato grande, preto e gordo,

O gato democrático.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

385 543 portugueses acham que isto no tempo do Salazar é que era...

Lamentavelmente, não há muitos adjetivos para classificar os 385 543 portugueses, 385 543 (pelo menos são 150 000 a menos que os que votaram no energúmeno para presidente), que acharam que a alternativa ao poder constituído, passa por eleger um energúmeno que ambiciona o poder absoluto.

Que tipo de desespero leva 385 543 portugueses a achar que não há alternativa? É a vontade de voltar a ter uma ditadura? O Alzheimer precoce atacou-os? Será isso, ou então será falta de noção sobre o que significa eleger um bronco chico esperto para líder de um país? Ponham os olhos nos exemplos mais próximos, resultou? Nem por isso.

Os líderes dos restantes partidos, da esquerda à direita, têm um longo e marcante cartão vermelho, porque encheram o debate político de formas e não de substâncias, que deram ao energúmeno e aos seus capangas margem de manobra para discutir formas (já que substância não têm nenhuma).

A imprensa, que leva o energúmeno ao colo, também tem um cartão vermelho, porque aponta a tudo o que mexe do lado do energúmeno, enquanto isso vender. A imprensa dita credível e séria, ontem, em pleno discurso de um dos líderes de direita, continuava a encher o ecrã com o energúmeno aos pulos e aos urros, deixando um quadrado da imagem não audível com o discurso de cumprimento dos liberais ao país. Isto é levá-lo ao colo para a Assembleia, como este pequenino exemplo, será tudo o que permitiram que ele dissesse ao megafone, ao longo dos últimos anos. Uma coisa é garantida, a imprensa independente não tem lugar no modelo de governação deste energúmeno.

Finalmente, como reflexão, a educação deste país vai pelas ruas da amargura. A cidadania, disciplina que tanto incomoda, deve sim ter conteúdos políticos. A juventude deste país deve saber o que significa uma opção de direita e de esquerda, uma opção de voto nulo ou de voto em branco, e o que significa a abstenção. Os pais deixam de votar e os filhos não ouvem os pais falar de assuntos políticos. Ouvem queixas, mas zero mobilização, ouvem dizer mal deste ou de um outro, que está no poder, mas na hora H vêem os pais no sofá da sala a dizer umas larachas. Enquanto assim for, a iliteracia cívica dará ao povo aquilo que o povo merece, o chico espertismo de uma minoria oportunista, que por falta de comparência dos restantes, foi ocupando terreno.

Aos 385 543 portugueses resta perguntar: sabem o que legitima o poder democrático? A vigilância do povo. Cá estaremos para o efeito.

Voltamos a um post do longínquo ano de 2021, a propósito da eleição presidencial, agora numa versão revista e aumentada, para quando aquele gajo do comentário desportivo, que urra umas cenas na Assembleia, ocupar o seu lugar, acompanhado com mais 11 capangas, que, se não nos enganamos muito, há semelhança do que fez o partido do Hitler antes de tomar o poder, vão querer convencer o resto do país de que este não é seguro e que precisamos de um partido de força bruta para levar isto por diante (uma linguagem que agrada, e muito, os 385 543 portugueses que ontem lhe deram votos)...

Luto por 385 543 portugueses.

385 543 que gostam de ser enganados por um bode que urra, agora com mais 11 capangas para urrar com ele (como o gajo se evidenciou no meio desportivo, precisa de uma claque para repetir os urros).

385 543 que se afastarão das decisões públicas e que não terão legitimidade para as debater, porque querem fundar uma nova república (sabe-se lá o que pensam que significa a palavra República, e ainda mais o que pensam da palavra Democracia).

385 543 que não concordam com a promíscua subsídiodependência (também querem devolver o dinheiro europeu? O princípio é o mesmo).

385 543 que se afastarão do centro de emprego, porque não precisarão de subsídio quando a hecatombe da crise económica e social desabar em cima das nossas cabeças (sendo que alguns já vão com uns valentes meses de avanço nesta hecatombe).

385 543 que se afastarão das creches (as que resistem), das escolas e das universidades públicas, em particular das faculdades de medicina do país (que custam muito dinheiro ao erário público, e ainda bem!), porque acreditam no ensino privado e nos privilégios do ensino privado.

385 543 que se afastarão dos tribunais, porque a nova república que querem fundar terá um supremo líder que decidirá sobre todos os aspectos da vida deste país, e porque o Estado não pode, nem deve subsidiar a defesa de gente que não é de bem (mesmo que seja num litígio matrimonial).

385 543 que prescindirão de receber as vacinas que constam do plano nacional de vacinação, porque o Estado não tem que suportar essas despesas (boa sorte com o sarampo, tosse convulsa e tuberculose).

385 543 que deixarão morrer a ciência em Portugal, porque esta é uma das áreas onde o privado não vê vantagens em investir (boa sorte com a próxima pandemia).

385 543 que querem deixar morrer o combate ao analfabetismo, desigualdades e exclusão social, que com todas as limitações vai fazendo o seu caminho (a sopa dos pobres em Lisboa fica nos Anjos, para quando perderem o emprego).

385 543 que querem deixar os "velhos patrões" tão bonzinhos e tão simpáticos com os seus trabalhadores, tomar o poder e cilindrar os seus direitos, conquistados a pulso nos anos que se seguiram ao 25 de abril (esta data, a propósito, deixará de ser um marco no nosso país). 

385 543 que querem Fátima, Fado e Futebol de novo, só para entreter (boa sorte a tentar atirar para baixo do tapete as alarvidades dos amigalhaços do vosso supremo líder).

385 543 que acreditam na ideia de um país inseguro, para depois nos venderem a ideia de um estado de sítio que precisa de força bruta (boa sorte com o que se segue).

385 543 que acham que os pedófilos têm que ser castrados quimicamente e que a pena de morte é indispensável para a justiça do país (boa sorte quando chegarmos ao modelo árabe de cortar a mão aos ladrões de fruta).

385 543 que querem deixar morrer a cultura portuguesa (boa sorte...).

385 543 analfabetos da democracia, que não perceberam que em 40 anos passámos da pobreza franciscana (para usar termos que vos são próximos), para a eficácia jesuíta.


Um abraço felino (não para estes 385 543 mil, que me dão náuseas).

Zorbas, 

O Gato grande, preto e gordo.