segunda-feira, 11 de março de 2024

Era uma vez um país com 50 anos de Liberdade, que decidiu voltar ao limbo, juntando na casa maior da Democracia 47 macacos + #OGajoQueUrra, qual saco de gatos assanhados a defender os tempos do velho que caiu da cadeira...

Sobre os tempos que correm. 
Canção do enorme José Mário Branco, muito bem cantada pelo Sérgio Godinho... 

O Charlatão 

Numa rua de má fama 
Faz negócio um charlatão 
Vende perfumes de lama 
Anéis de ouro a um tostão 
Enriquece o charlatão 

No beco mal afamado 
As mulheres não têm marido 
Um está preso, outro é soldado 
Um está morto e outro ferido 
E outro em França anda perdido 

 É entrar, senhorias 
A ver o que cá se lavra 
Sete ratos, três enguias 
Uma cabra abracadabra 

Na ruela de má fama 
O charlatão vive à larga 
Chegam-lhe toda a semana 
Em camionetas de carga 
Rezas doces, paga amarga 
 
No beco dos mal-fadados 
Os catraios passam fome 
Têm os dentes enterrados 
No pão que ninguém mais come 
Os catraios passam fome 

É entrar, senhorias 
A ver o que cá se lavra 
Sete ratos, três enguias 
Uma cabra abracadabra 

Na travessa dos defuntos 
Charlatões e charlatonas 
Discutem dos seus assuntos 
Repartem-se em quatro zonas 
Instalados em poltronas 

Pra rua saem toupeiras 
Entra o frio nos buracos 
Dorme a gente nas soleiras 
Das casas feitas em cacos 
Em troca de alguns patacos 

É entrar, senhorias 
A ver o que cá se lavra 
Sete ratos, três enguias 
Uma cabra abracadabra 

Entre a rua e o país 
Vai o passo de um anão 
Vai o rei que ninguém quis 
Vai o tiro de um canhão 
E o trono é do charlatão 

Entre a rua e o país 
Vai o passo de um anão 
Vai o rei que ninguém quis 
Vai o tiro de um canhão 
E o trono é do charlatão 

É entrar, senhorias 
A ver o que cá se lavra 
Sete ratos, três enguias 
Uma cabra abracadabra 

É entrar, senhorias 
É entrar, senhorias 
É entrar, senhorias

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