Luto por 500 000 portugueses.
500 mil que gostam de ser enganados por um bode que urra.
500 mil que não concordam com a promíscua subsídiodependência.
500 mil que se afastarão das decisões públicas e que não terão legitimidade para as debater, porque querem fundar uma nova república.
500 mil que se afastarão do centro de emprego, porque não precisarão de subsídio quando a hecatombe da crise económica e social desabar em cima das nossas cabeças (sendo que alguns já vão com uns valentes meses de avanço nesta hecatombe).
500 mil que se afastarão das creches (as que resistem), das escolas e das universidades públicas, em particular das faculdades de medicina do país (que custam muito dinheiro ao erário público, e ainda bem!), porque acreditam no ensino privado e nos privilégios do ensino privado.
500 mil que se afastarão dos tribunais, porque a nova república que querem fundar terá um supremo líder que decidirá sobre todos os aspectos da vida deste país, e porque o Estado não pode, nem deve subsidiar a defesa de gente que não é de bem (mesmo que seja num litígio matrimonial).
500 mil que prescindirão de receber as vacinas que constam do plano nacional de vacinação, porque o Estado não tem que suportar essas despesas (boa sorte com o sarampo, tosse convulsa e tuberculose).
500 mil que deixarão morrer a ciência em Portugal, porque esta é uma das áreas onde o privado não vê vantagens em investir (boa sorte com a próxima pandemia).
500 mil que querem deixar morrer o combate ao analfabetismo, desigualdades e exclusão social, que com todos as limitações vai fazendo o seu caminho (a sopa dos pobres em Lisboa fica nos Anjos, para quando perderem o emprego...).
500 mil que querem deixar morrer a cultura portuguesa (boa sorte...).
500 mil analfabetos da democracia, que não perceberam que em 40 anos passámos da pobreza franciscana (para usar termos que vos são próximos), para a eficácia jesuíta.
Um abraço felino (não para estes 500 mil, que me dão náuseas).
Zorbas,
O Gato grande, preto e gordo
O Gato DEMOCRATA e LIVRE acima de tudo.
Sem comentários:
Enviar um comentário