A esperança de um retorno do ano lectivo em Setembro traz de volta uma praga, quase tão grave como o COVID 19, mas que ninguém tem coragem de abordar: a PEDICULOSE.
Os produtores de champô para piolhos, tão caros como os pinhões, estão a falir e por isso vão lançar uma campanha para o combate à PEDICULOSE, pedindo encarecidamente aos pais e educadores/professores, que considerem a dose em dobro para acabar de vez com a piolhada.
A próxima temporada de PEDICULOSE escolar vai ser animada, porque as salas estão demasiado limpas, as cabeças dos miúdos também (não fosse o caso de os mandar tomar banho sempre que esgotadas todas as outras ocupações, o que facilmente representa um acréscimo de 2 banhos por dia cada), e a piolhada gosta mesmo disso.
Se a escola reabrir em Setembro, que comecem já os borrifos no cabelo das alminhas pequenas, porque a praga vai atacar em força!
Estou em crer que as cabeças das crianças nunca mais serão as mesmas no pós COVID. O efeito curativo do champô, combinado com os químicos que deixam um lastro capilar, vai produzir os carecas e as PermanentesAnos80ParaDesfarçarOPoucoCabelo dos anos 50 deste século.
Mas isso tudo valerá a pena, porque a piolheira combate-se com químicos e com máquinas de roupa com água a 90º, e francamente as indústrias farmacêutica e de roupa de cama e infantil precisam de guita para aguentar o embate...
Desculpa lá Greta, mas a malta tem que combater os piolhos destruindo uma parte do ambiente, porque só na cabeça dos entomólogos (os gajos que estudam insectos, para os preguiçosos do dicionário) e dos freaks profissionais é que os piolhos são essenciais.
Agora que penso nisto e, bem vistas as coisas, se os senhores do cabelinho esquisito que governam o mundo tivessem piolhos, não esperaríamos pela terceira guerra mundial, porque uma imagem de cabelinho esquisito custa muito a manter e por ela valeria a pena unir esforços para combater a piolheira. Aliás, os cabelinhos esquisitos destes gajos são, provavelmente, o reflexo dos surtos de PEDICULOSE nos anos 50 e 60, excepto o dinástico da Coreia do Norte, porque como as relações dos norte coreanos são muito endogâmicas, mesmo não havendo piolheira activa, ainda se combatem os piolhos dos anos 50 do século XX...
Para me preparar para a hecatombe que aí vem, vou dedicar-me a leituras prévias, começando com o belíssimo texto do dramaturgo espanhol José Sanches Sinisterra "Nhãque, ou sobre piolhos e actores" que ainda por cima vem bem a propósito dos tempos cruéis que os actores deste mundo estão a viver.
Muito terei a aprender com estes ensinamentos, mas muito pouco sobre as cabeças humanas infestadas de piolhos, principalmente as que estão infestadas por fora, porque a piolheira interior (que preenche muita massa cinzenta por esse mundo fora) é subtilmente manifestada em atitudes piolhosas.
Tenho alguma dúvida se com esta crise me posso virar para outras ocupações, sendo o extermínio de piolhos uma possibilidade a considerar, dadas as sucessivas crises de PEDICULOSE que tenho passado em casa.
Mas depois de uma vida parental a cuidar de cabeças, e agora com este balão de oxigénio que o COVID trouxe, talvez seja oportuno dedicar-me ao extermínio de outro tipo de pragas, porque de piolhos parece que estamos conversados...
Um abraço felino,
Zorbas,
O Gato grande, preto e gordo
O Gato sem pulgas...
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