Esta manobra de diversão está a tornar-se trágica.
Enquanto discutimos quem é que escreve e pinta paredes e estátuas, os extremistas organizam-se e põe cada vez mais lume na fogueira.
A extrema direita está, de longe, muito mais organizada que outros extremismos pelo mundo fora.
A sede de poder é antiga e, infelizmente, apanharam umas boleias bem simpáticas nos últimos tempos. Quando a fome é antiga, a fera é muito assertiva no ataque...
A manipulação da opinião pública tem sido o prato do dia e a forma como, infelizmente, aquele homenzinho do cabelinho esquisito (que por acaso é Presidente dos EUA), tem fornecido o megafone para todos os fascismos é, além de deprimente, a peça do puzzle que faltava.
Não estamos a debater o certo. O problema do racismo estrutural é real e duradouro, por isso há que combatê-lo com humildade e sabedoria, com diálogo (sim, apesar de líder da ONU mais mudo que quando entrou, o Guterres tem razão na importância do diálogo) e mediação de conflitos entre as partes. O racismo, o preconceito, o julgamento prévio, é uma limitação humana. Temos todos preconceitos e cada um por sua razão. Reconhecê-lo é o primeiro terço do caminho, aceitar lidar com a diferença é o segundo terço e finalmente calçar os sapatos do outro é o último terço para a caminhada. Isto não é novidade para ninguém, nem sei porque é escrevi isto mais uma vez aqui no estaminé, mas, da mesma maneira que os estrategas fascizóides repetem mentiras até à exaustão, vou repetir bom senso em igual medida...
Estamos distraídos com as tecnologias, com a suposta evolução tecnológica nunca vista, com todos os automatismos do maravilhoso mundo moderno, e a vida continua para milhões de pobres, desalojados, refugiados, escravos, em cenários onde ter um telemóvel é, possivelmente, a posse do único objecto do século XXI que lhes assiste, tudo o resto é miserável e triste, como miseráveis e tristes eram as vidas dos escravos desde o tempo dos Romanos...
A distracção colectiva na Europa vai sair-nos cara, porque este cenário já anda em ebulição na surdina há muito tempo.
Empurrar com a barriga em vez de agir, esconder em vez de enfrentar, alhear o povo com medo do voto, usar os números para manobras de diversão, tem acontecido de tudo um pouco e a coragem e o sentido de missão que devia pautar as decisões políticas tem faltado à maioria dos líderes políticos.
Estava na hora de virar isto tudo ao contrário.
Querem justiça e lealdade no acto do voto popular, então vão à luta e enfrentem os tubarões da finança mundial, o dinheiro escondido "com o rabo de fora", os barões da imprensa mundial com o dinheiro escondido, os barões de todos os "www" que não vendem nada (excepto os dados pessoais de cada um dos seus aderentes de forma perfeitamente ilegal e nas barbas de todos), os maluquinhos do armamento que anseiam por guerras longas o suficiente para transbordar os seus cofres, os lóbis da indústria farmacêutica com o incrível poder de decisão sobre que doenças combatemos e a que custo, os maravilhosos e incríveis manobristas das legislações com buracos para proveito próprio, os manipuladores das indústrias poluentes que transportam lixo pelo mundo como e quando apetece, as máfias com os seus investimentos em áreas aparentemente insuspeitas, as máfias da exploração humana que nos trazem as merdas todas a custar 20 vezes o salário que não pagam aos operários que produzem, as baleias políticas do G7 ou G8 ou 10 ou 20 (who cares) para lixar a vida a mais não sei quantos milhões do mundo, os apologistas dos muros por esse mundo fora que são incapazes de gerar concórdia, and so on...
Se não querem enfrentar um mundo difícil, então parem de nos atirar areia para os olhos, porque o extremismo de direita, assim como as várias modalidades de terrorismo e as máfias todas, estão de garfos afiados para o que se segue.
Não, não vai ser bonito o tempo que se segue...
Um abraço felino,
Zorbas
O gato grande, preto e gordo...
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