quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Mais uma reflexão...

Com um concerto maravilhoso na semana passada (terá sido mesmo?) ou talvez há mais que uma semana, voltei a ter um rasgo de sarcasmo interior, porque estas viagens para Coimbra deram que pensar e estar com os amigos (ainda que uma boa parte do tempo a ver chegar ambulâncias a uma urgência) dá-me sempre ganas de rir de coisas absurdas.
Hoje o absurdo é não conseguir para de rir das coisas que se tornaram banais, como dizerem-nos todos os dias que para manter o "estado social" é preciso cortar nas despesas. Mas quais despesas?
Queremos que a população portuguesa aumente, como é que isto se faz: corta-se a torto e a direito nos apoios dos pais que têm mais filhos (ainda que possam ter menos dinheiro).
Eu dispenso o dinheiro dos contribuintes portugueses para educar um filho ou uma filha, mas porque aos olhos do "SISTEMA" eu sou para lá de rica (vou tentar perceber onde estão as minhas poupanças escondidas porque não dei por elas ainda), principalmente porque sou bolseira, nunca tive um contrato de trabalho a sério na vida e não pago impostos enquanto estiver nesta condição. Assim sendo, por mim e por princípio, se não pago nada, também não quero receber nada, mas gostava mesmo de saber onde é que me esconderam as tais poupanças, é que me dava jeito umas férias nas Caraíbas.
A conta de telefone que tenho em casa é superior ao que o Estado pagaria de abono à minha família, e tudo bem, se posso pagar aquela conta, porque recebo uns trocos de abono? O curioso é o argumento que tive que esgrimir com o funcionário da Segurança Social, que me dizia "faça a prova dos seus rendimentos para não perder este direito". Mas qual direito? E provar o quê? E em que sítio? Não quero provar nada, porque se eu não preciso destes "trocos" alguém precisa de facto e também não chega a eles, por isso que se dane o abono e o argumento dos direitos, que é uma filosofia em desuso neste país.
A pulhice maior destes miseráveis governantes é esconderem o jogo, como quem, com pressa em arrumar uma casa por visitas inesperadas, varre o lixo a correr para baixo do tapete de entrada, só que neste caso o lixo vai continuar cá e pelos vistos duplicar e quadriplicar até que os portugueses (que na verdade querem lá saber de quem governa, querem é o dinheiro no fim do mês e ver o seu clube de futebol campeão no fim da temporada) se fartem de pagar e comecem a fugir ou a cair que nem tordos, mas por favor não se cheguem perto dos hospitais, porque pelo andar da carruagem, se estiverem só há espera de alguém que pode estar realmente a cair que nem tordo, até isso terão que pagar...
Um abraço felino,
Zorbas, o gato

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