quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Pobre cinema europeu...

Em doze horas morreram dois cineastas renovadores do cinema europeu, e isto não é irónico, o Ingmar Bergman, com 89 anos, e o Michelangelo Antonioni com 94, fizeram muito pelo cinema da Europa e mesmo assim, muito teriam por fazer.
O último filme de Ingmar Bergman, "Saraband", como os seus antecessores, continua a ser uma obra-prima do cinema, e mesmo os realizadores arrojados do século XXI ainda não chegaram à supremacia dos dois realizadores.
O cinema de hoje é dado, a imagem deixou de ter magia e os assuntos são os do mundo de hoje, iguais a ontem e possivelmente os mesmos de amanhã, contudo, a referência destes dois cineastas faz com que se acredite que esta bela forma de arte pode ir muito além, e que as fabulosas estratégias americanas para contar histórias têm falta de substância. É isso o Cinema de Bergman e de Antonioni, substância, imagens com interesse e uma história contada em pequenos detalhes desde o primeiro ao último segundo do filme, com estéticas muito diferentes, e com objectivos muito distintos, não viessem de tradições distintas no velho continente europeu, mesmo assim, pedradas no charco no que toca à produção cinematográfica não só da época em que viveram, mas num futuro próximo também.
Aos interessados, convido a ver qualquer um dos filmes de ambos os realizadores, continua a fazer muito sentido.

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