Estamos velhos, assim dizem os jornais. Mas não estivemos sempre?
Amigos parece ser um assunto sério, de facto estamos todos velhos (mesmo os adolescentes que ainda não sabem o que é esquecerem-se de coisas mesmo importantes). A velhice anda por aí a atacar e ao que parece não poupa ninguém...
Mas como é que é possível não estar velho num país que desperdiça juventude? Nós criámos uma figura literária chamada Velho do Restelo, enquanto pela Europa fora se escrevia sobre heróis jovens e cheios de energia para dar ao mundo. O índice demográfico com uma pirâmide invertida não explica as questões de fundo, o Camões já o sabia muito bem, foi por isso que avançou com tal figura... NÓS SOMOS MESMO VELHOS! Mesmo antes do tempo, a idade mental deste país situa-se entre a pré-reforma e o pré-internamento num lar de idosos (depois disso já não se consegue avaliar a idade porque as pessoas parece que voltam a ser tratadas como crianças).
Intrigou-me sempre a possibilidade que os jovens têm de educar filhos neste país, pensando bem, como será que os jovens têm filhos neste país? Sejamos honestos, é preciso ser-se um pouco louco para pensar no futuro dos nossos potenciais filhos, quando não conseguimos imaginar o nosso.
Acho interessante que nos digam que agora é a nossa vez de lutar, mas por quem e para quê? Alguma vez se preocuparam com o meu futuro? O cheque em branco para o sucessivos governos incompetentes incluia um agravamento especial para as gerações de jovens eleitores? É que não sabiamos que o país estava disposto a ignorar os problemas de jovens trabalhadores por tanto tempo. Se imaginassemos que ia ser assim teriamos passado esta interessante fase da vida e escolhiamos a pré-reforma (agora está na moda para toda uma geração de jovens idosos), antes de sabermos como era não conseguirmos arranjar um emprego decente.
Será que a integração dos jovens na sociedade activa implica que não se construam tantas auto-estradas, ou podiamos ter dispensado estádios de futebol? Se calhar não precisamos de tantos gestores de topo, já que aparentemente eles gerem muitissimo bem a sua conta bancária, e com resultados menos satisfatórios os destinos deste país. Parece que estes cargos controlam mais os nossos destinos que muitos ministros e secretários de estado, mas melhor que tudo, parece que estas pessoas é que impedem uma geração nova de entrar a valer para a força produtiva deste país. Afinal parece que o despotismo não acabou, mas agora está, acima de tudo, numa certa classe mediana de gestores, que não tendo poderes e nem responsabilidades para governar, consegue travar as boas intenções de qualquer político que se preze.
Sem querer cobrar nada a ninguém, porque em matéria de educação os meus pais fizeram um excelente trabalho, acho que aquele contributo que os jovens estariam dispostos a dar ao país, este está pouco interessado em receber, trata-se de massa crítica.
Para reclamações sobre o envelhecimento da população portuguesa chegam-nos os velhos dos marretas!... Sejam um pouco mais criativos e pragmáticos, e por favor despeçam os "velhotes" amigos dos amigos dos amigos dos vizinhos que ocupam cargos que não deviam e para os quais não estão preparados!
Já agora que estamos com esta pedinchice, será que não se arranja um herói jovem, forte e cheio de coragem que nos faça sonhar um bocadinho? Estamos mesmo a precisar...
1 comentário:
Olha, ouvi dizer que o anti-Cristo nasce amanhã, dia 06/06/06, pode ser que nasça em Portugal e que acabe tudo em àguas de bacalhau! Sim! Porque um anticristo cá só se pode dar muito mal!!!
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