quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Para que nos servem os "Artistas" do Poleiro?

Eu gosto especialmente de um trabalho de actor que é o de interpretar o sub-texto. Isto tem interesse no dia a dia porque ensina a ler as entrelinhas.
Por isso e por outras lições de vida o já clássico "vivemos acima das nossas possibilidades" não cola, acho mesmo que nunca colou. Parece que para as "nossas possibilidades" o Estado é gordo e ineficaz, as pessoas não pagam o suficiente pelos serviços públicos, a maioria dos portugueses usufrui de um Estado que não corresponde à quantidade de impostos que paga para o ter, o mundo exterior é um mundo de iluminados que nos pode obrigar a criar um Estado mais (sur)"realista".
Nas entrelinhas destes ilustres "artistas" ficam os estudos nas gavetas (tão a propósito), que provam que os portugueses não devem pagar mais impostos (saem da gaveta quando é preciso porque dão jeito para fazermos a figura pateta do "Gostem de Nós" se não for pedir muito), outros que mostram onde e como podemos melhorar, outros ainda que mostram o quanto crescemos em algumas áreas, mas isso não lhes interessa mesmo nada. Também ficam as evidências de que nem sempre a "gestão privada" dos serviços é melhor, mas isso vamos ter que demorar muitos anos a corrigir e seguramente não será com estes iluminados, deverá ser com outros...E isso não lhes interessa mesmo nada também! Nas entrelinhas ficam também a dedicação e o esforço de muita gente a trabalhar na administração pública que vê o boicote político aos serviços prestados pelo Estado todos os dias, a toda a hora e sem aviso prévio (para não se poder contrariar...). Coisas que o resto do país infelizmente não vê, mas percebe quando vê morrer gente numa sala de espera de um hospital... E isso parece que lhes interessa ainda menos que nada!
E depois, de uma maneira quase descarada, ficam as ameaças "silenciosas" às almas independentes e pensantes, que de repente entraram neste circo para falar para as paredes porque do outro lado o autismo é tão grande que a capacidade de ouvir foi abolida pela cegueira de fazer (asneira, mas mesmo assim FAZER e com EMPREENDEDORISMO para dar o exemplo)...
Tudo isto é demasiado mau para se repetir um dia, demasiado reles para constar nos anais da história, demasiado ruim para reconhecermos um Governo do nosso Estado. Mesmo assim continuamos a escalar uma montanha de más decisões como se o amanhã não interessasse a ninguém...
Vendem ao desbarato as nossas jóias, os anéis e os dedos, sugam-nos até ao tutano e depois, quando a falta de rumo os leva a lado nenhum e a desembolsar rios do nosso dinheiro sabemos lá para quê, ameaçam-nos com o clássico "Se não for assim temos que arranjar meios alternativos - vulgo PAGAR IMPOSTOS - para compensar esta perda de rendimento"! Eh pá mas quando é que aprendem a fazer o vosso trabalho? QUANDO É QUE APRENDEM A GERIR PARA, COM E PELAS PESSOAS, e não contra elas? É que parece que isso é que é GOVERNAR, dizem entendidos de umas terras longínquas que vivem num futuro distante...
Portanto resta-nos o pedido, gritado por milhares neste país que vocês julgam enganar: PAREM, mas parem já e principalmente poupem-nos dos discursos ameaçadores (que só revelam a vossa real e genuína incompetência). 
E fica a pergunta, a nossa pergunta, que se estende a um grupo pequenino de auto-nomeados "Iluminados": Para que nos servem estes "Artistas" do Poleiro? 
Para NADA, realmente para NADA!